Resenha: Vida Longa Ao Mal - Sarah Rees Brennan (Planeta Minotauro)

Título: Vida Longa Ao Mal
Título Original: Long Live Evil
Autor: Sarah Rees Brennan
Série: Time of Iron #1
Páginas: 464
Ano: 2025
Editora: Planeta Minotauro
Sinopse: AH, QUEM NUNCA SE APAIXONOU PELO VILÃO?
Quando tudo deu errado, Rae ainda tinha seus livros. À beira da morte, ela aceita um pacto mágico que lhe oferece uma segunda chance: viver dentro de sua série de fantasia favorita.
De repente, ela se vê acordando em um castelo à beira de um abismo infernal, em um reino prestes a entrar em guerra. Um lugar habitado por monstros, além de cortesãos traiçoeiros e seu personagem favorito: o Imperador. Ele é tão encantador quanto ela imaginava, mas há um pequeno problema. Rae não é a heroína dessa história — ela é a vilã.
E quer saber? Tudo bem. Os vilões têm roupas melhores, as melhores tiradas e, mesmo com finais trágicos, sabem como roubar a cena. Rae decide reunir os vilões da trama e liderá-los para tentar mudar seus destinos. Mas, enquanto os conflitos aumentam e a fúria do Imperador cresce, ela percebe que pode não sobreviver até o final.
Prepare-se para essa fantasia épica e seus vilões marcantes: uma empregada com um machado, um cavaleiro brilhante e seus segredos sombrios, um guarda-costas charmoso e letal e um espião playboy de coração de ouro e reputação duvidosa.


Nos instantes finais de sua vida, Rae faz um pacto mágico que a transporta para o universo de sua série de fantasia favorita. Lá, ela desperta como uma personagem que conhece muito bem — mas não como a heroína, e sim como a vilã Rahela, que é condenada desde as primeiras páginas. Rae decide, com um misto de resignação e ousadia, abraçar esse novo papel com glamour, sagacidade e, acima de tudo, um plano: reescrever seu fim.

A autora constrói uma gama de vilões carismáticos, cada um mais imprevisível que o outro. Então, ao invés de um tradicional grupo de heróis, temos uma espécie de Liga dos Mal, onde a moral é fluida e a empatia nasce de más decisões e passados traumáticos.


Rae é uma protagonista divertida. Cínica e com um humor peculiar, ela sempre foi mais atraída aos vilões e ao reencarnar do corpo de uma, ela acredita que é a sua chance. Entretanto, suas atitudes contrariam com seu título de vilã, o que é bastante interessante. Afinal, todo vilão é o herói de sua história, não é...

A autora brinca com as dinâmicas de vilã vs. herói e leitor vs. personagem de forma inteligente. O texto repleto de diálogos rápidos, tiradas afiadas e uma protagonista deliciosamente autoconsciente contrasta com momentos de violência real, dor emocional e escolhas moralmente complexas. A história não suaviza nas consequências da vilania, mesmo quando tendemos a torcer pelos vilões.

A narrativa também provoca uma reflexão sobre escapismo. O que significa viver dentro de uma história que costumava confortar? Como reconciliar o amor por um universo ficcional com a frieza das estruturas narrativas que sacrificam personagens em nome do enredo?

Vida Longa ao Mal é uma fantasia adulta ousada e instigante que mergulha o leitor na mente de uma mulher tentando transformar sua ruína em redenção, mesmo que isso signifique assumir a capa da vilania. A continuação já está confirmada, mas apenas para o ano que vem. E depois daquele final, ela promete muito mais emoções.

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