Resenha #333: O Guia do Cavalheiro para o Vício e a Virtude - Mackenzi Lee (Galera Record)

Título: O Guia do Cavalheiro para o Vício e a Virtude
Título Original: The Gentleman's Guide to Vice and Virtue
Autor: Mackenzi Lee
Série: Montague Siblings #1
Páginas: 434
Ano: 2018
Editora: Galera Record
Sinopse: Uma aventura romântica do século XVIII para a era moderna. Simon Versus a Agenda Homo Sapiens, encontra os anos 1700.
Henry "Monty" Montague nasceu e foi criado para ser um cavalheiro, mas nunca foi domado. Os melhores internatos da Inglaterra e a constante desaprovação do pai não conseguiram conter nenhuma das suas paixões - jogos de azar, álcool e dividir a cama com mulheres e homens.
Mas agora sua busca constante por uma vida cheia de prazeres e vícios está em risco. O pai quer que ele tome conta dos negócios da família. Mas antes Monty vai partir em seu Grand Tour pela Europa, com a irmã mais nova, Felicity, e o melhor amigo, Percy - por quem ele mantém uma paixão inconsequente e impossível. Monty decide fazer desta última escapada umafesta hedonista e flertar com Percy de Paris a Roma. Mas quando uma de suas decisões imprudentes transforma a viagem em uma angustiante caçada através da Europa, isso faz com que ele questione tudo o que conhece, incluindo sua relação com o garoto que ele adora.


Desde seu lançamento internacional, O Guia do Cavalheiro para o Vício e a Virtude fez bastante sucesso por ser um romance histórico um tanto diferente, já que o casal principal são dois homens. Bom, pela nota vocês podem ver que a história não funcionou muito para mim.

Vamos primeiro para alguns pontos positivos. A narração em primeira pessoa faz com que a história seja bem fluída, assim como a escrita da autora. Os capítulos são na medida certa e a separação por partes foi bom para nos localizarmos bem onde o trio se encontravam naquele momento. Gostei da diagramação; no início de cada parte, temos um desenho de um barquinho e o local onde eles estavam.

Outro ponto legal é a diversidade e representatividade entre os personagens. Monty é bi, Percy é negro e gay, Felicity se tivesse nascido alguns anos mais tarde com certeza estaria envolvida no movimento feminista. Dificilmente vemos em romances LGBTs - sejam contemporâneos ou não - um casal interracial. A interação entre eles é bem fofa e natural. Ao longo do livro, a autora vai apontando alguns detalhes que para Monty passam despercebidos por ele ser homem branco. No caso, resta a Percy e Felicity abrir os olhos do lorde e mostrar que nem todo mundo leva a vida que ele tem.

Agora vamos para a parte polêmica da resenha…


Creio que meu principal empecilho com a história foi justamente a linguagem. Não sei se foi por conta da narração ser feita por Monty em primeira pessoa, mas eu me sentia lendo um livro contemporâneo em certos momentos. Em uma análise que fiz com uns amigos, comentei que foi como se autora tivesse escrito na era contemporânea, mas decidiu mudar para um histórico. Foi um detalhe que influenciou e atrapalhou um pouco a leitura porque não consegui me conectar com o personagem.

Outro ponto foi o desenvolvimento dos personagens - ou a falta dele. Por termos uma visão limitada por conta da narração de Monty, senti que faltou um foco a mais no crescimento de Percy e Felicity durante as aventuras que eles vivem. Ligado a isso, senti falta de uma voz ativa dos dois porque, apesar de 90% serem contras algumas ideias de Monty, eles não foram tão firmes nos seus desejos e opiniões. OK que em certos momentos, eles mostravam o quanto Monty era privilegiado, mas também senti falta de uma discussão mais aprofundada sobre esses detalhes.

E por último, a história em si. Em certos momentos, eu achei algumas situações um tanto forçadas, sem pé nem cabeça. Senti falta de um romance mais aprofundado e desenvolvido. Resumindo: uma farofa não muito boa.

Bom, no fim das contas O Guia do Cavalheiro para O Vício e a Virtude não foi aquela história divertida e diferenciada que tanto me venderam. Mas ainda assim, irei ler o conto que saiu esse mês e se passa após os acontecimentos desse livro - The Gentleman’s Guide to Getting Lucky (algo como O Guia do Cavalheiro Para Se Dar Bem). E eu também fiquei curiosa sobre a história da Felicity, que será contada em The Lady’s Guide to Petticoats and Piracy.

9 Comentários

  1. Olá, Luiza.
    Eu li algumas resenhas desse livro e não tinha me interessado muito. Agora então lendo sua resenha me desinteressei total. Eu particularmente não gosto de narrativa em primeira pessoas, a não ser em casos que tem a visão de pelo menos duas pessoas. E acho que nesse livro isso ia me irritar profundamente.

    Prefácio

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  2. Oi Luiza.
    Pelo que citou, tenho certeza que esse livro não é para mim. Sou muito mais apegada a construção de personagens que enredo. A falta disso, me deixaria com asco do livro.
    Beijos.
    Blog: Fantástica Ficção

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  3. Oi Lu, tudo bem?
    Ainda não conhecia, valeu pela dica!
    Blog Entrelinhas

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  4. Oi Luiza!
    Eu sempre ouço as pessoas falarem desse livro, especialmente mais quando lançou. Agora confesso que nunca me interessei muito, rs. Os Delírios Literários de Lex

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  5. Oi Lu,
    Sempre vejo essa capa e acho muito bonita, e já tinha meio que sacado a temática principal, mas nunca me deu aquela vontade de ler. Pena que não funcionou pra ti, diante de tantas ressalvas. Xero!

    https://minhasescriturasdih.blogspot.com/

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  6. Oi Luiza, adorei sua sinceridade na resenha. Eu quando vi esse livro em inglês fiquei bastante curiosa aí depois me desanimei... E realmente quando eu vi o lançamento aqui no Brasil prometeram uma história bem divertida e diferenciada.
    Bjs
    https://eternamente-princesa.blogspot.com

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  7. Oi, Lu!!!
    Esse livro nunca me atraiu. E agora vendo os pontos negativos que você colocou, passou a me interessar menos. Tomara que o conto que você vai ler te deixe uma impressão mais animada dos livros!!

    Beijos :*
    Sankas Books

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  8. Oi, Lu! Tudo bom?
    AAAAAAAAAAAAAAAA que pena que tu não curtiu </3
    Eu não esperava me apaixonar tanto pelo livro, mas eis-me aqui. Acho que por ter me ligado tanto aos personagens tão rápido, foi bem fácil de acompanhar a história deles. E como eu prefiro livros históricos que mantenham uma narrativa mais 'acessível', curti o jeito como a autora escolheu contar a história - até porque é YA né, se ela rebuscasse demais não alcançava o público certo.
    Mas faz parte, entendo seus pontos.

    Beijos,
    Denise Flaibam.
    www.queriaestarlendo.com.br

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  9. Oi, Lu

    Eu não curto quando a linguagem do livro não encaixa na proposta, aff. Eu já não queria ler mesmo porque nem consigo lembrar desse mome (por mais que você tenha facilitado as coisaa pra mim), mas agora que tua resenha se juntou a algumas outras não muito positivas que eu não vou ler mesmo.

    Beijos
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

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