Resenha #234: Six of Crows - Leigh Bardugo (Henry Holt)

Título: Six of Crows (BR: Six of Crows - Sangue e Mentiras)
Título Original: ---
Autor: Leigh Bardugo
Série: Six of Crows #1
Páginas: 463 (BR: 376)
Ano: 2015 (BR: 2016)
Editora: Henry Holt (BR: Gutenberg)
Sinopse*: A oeste de Ravka, onde Grishas são escravizados e envolvidos em jogos de contrabandistas e mercadores...
…fica Ketterdam, capital de Kerch, um lugar agitado onde tudo pode ser conseguido pelo preço certo. Nas ruas e nos becos que fervilham de traições, mercadorias ilegais e assuntos escusos entre gangues, ninguém é melhor negociador que Kaz Brekker, a trapaça em pessoa e o dono do Clube do Corvo.
Por isso, Kaz é contratado para liderar um assalto improvável e evitar que uma terrível droga caia em mãos erradas, o que poderia instaurar um caos devastador. Apenas dois desfechos são possíveis para esse roubo: uma morte dolorosa ou uma fortuna muito maior que todos os seus sonhos de riqueza.
Apostando a própria vida, o dono do Clube do Corvo monta a sua equipe de elite para a missão: a espiã conhecida como Espectro; um fugitivo perito em explosivos e com um misterioso passado de privilégios; um atirador viciado em jogos de azar; uma grisha sangradora que está muito longe de casa; e um prisioneiro que quer se vingar do amor de sua vida.
O destino do mundo está nas mãos de seis foras da lei – isso se eles sobreviverem uns aos outros.


“Sem luto”
“Sem funerais” *

O primeiro livro que li da Leigh Bardugo foi Mulher-Maravilha: Sementes da Guerra e gostei muito da escrita dela combinada com a narração em terceira pessoa. Na Trilogia Grisha, temos o prólogo e o epílogo em terceira pessoa, mas o resto da história é narrado em primeira. Não que foi de toda ruim, mas quando terminei de ler Six of Crows percebi que a mulher escreve bem melhor com a narração em terceira pessoa. E esse tipo de narração caiu como uma luva na história. Não sei se ela ficaria legal com narração em primeira pessoa, mas espero que a autora continue na narração em terceira, porque esse é o seu forte

Fora o fato da narração, é muito perceptível a evolução dela como autora. Não sei se influenciou em Grisha o fato do livro ser narrado em primeira pessoa, mas tanto aqui quanto em Sementes da Guerra, percebi a escrita da Leigh mais amadurecida. Amadurecida sim, mas nunca prolixa ou entediante.

“Este não é um trabalho para os soldados e espiões treinados. É um trabalho para assassinos e ladrões.”*

Confesso que eu fiquei super nervousa quando comecei a ler esse livro de tanto que todo mundo falava bem. Tipo, every fucking person e eu até acendi uma velinha para que eu não fosse aquela que não iria curtir. Devo dizer que se tem um livro que eu queria ter escrito, esse é o livro.

“A ganância se curva a mim. É minha serva e minha alavanca.” *

Dessa vez, Leigh Bardugo nos leva a Ketterdam e apresenta seis personagens que tinham tudo para serem odiados, mas que acabam te conquistando justamente por suas personalidades e falhas. O melhor de tudo desse grupo é que todos são diferentes, tanto em personalidade quanto convicções.Eu fiquei aqui matutanto a cabeça e muito de cara como a Leigh conseguiu equilibrar esses criminosos e fazer com que eles realmente funcionassem, sem que ficasse algo forçado ou muito surreal.


Kaz é um personagem que tinha tudo para ganhar meu desprezo, mas a inteligência e sagacidade do cara me conquistou de uma forma que eu nem sei explicar. Inej e Nina com todo girl power e amizade entre as duas é uma das melhores coisas do livro. Morria de deleite com a dupla Wylan e Jesper. Já Mathias é aquele cara que te deixa com os dois pés atrás com ele, mas depois de muita provação tudo fica a mil maravilhas.

Um apostador, um criminoso condenado, um filho desgarrado, uma Grisha perdida, uma garota Suli que se transformou em assassina, um garoto do Barril que se tornou algo pior.*

Eu vi alguns comentários sobre ser forçado algumas atitudes dos personagens em relação a idade eles. Não vou mentir, no começo eu fiquei sim com um pé atrás, mas depois que Leigh vai mostrando o passado de cada um, eu mudei de ideia. Generalizando, todos passaram pelo pão que o diabo amassou e em certo momento da vida, era aquela de matar ou morrer. Como eu nunca morei na rua, perdi meus pais e/ou vivi num país em guerra civil, pra mim não é difícil acreditar que o passado deles os moldaram no que são agora.

“Eu nunca menti para você. Nunca mentirei.”*

Quanto à tão falada missão na sinopse, gente... Teve hora que pensei “é agora que a casa cai”. Até tudo realmente acontecer, você fica no escuro e só resta torcer pra tudo acabar bem e ninguém aparecer morto. É nessa sequência de acontecimentos que vemos o quanto Bardugo evoluiu desde Sombra e Ossos, por exemplo. Eu não conseguia mais parar de ler e ao mesmo tempo ficava naquela “não quero ver”. Não é à toa que muita gente diz que é Onze Homens e Um Segredo versão Grishaverso. Pois eu digo isso e ainda acrescento que é como se esse filme e Um Truque de Mestre reproduzissem um filho de 465 páginas.

Six of Crows se passa no mesmo universo Grisha; pra ser mais exato, um pouco depois de todos os acontecimentos de Ruína e Ascensão. Não é exatamente necessário ter lido a trilogia para cair de cabeça nessa história, mas, por experiência própria, eu recomendo que leia a trilogia antes para entender melhor sobre os Grisha. Maaas, se não quiser fazer isso, eu acho que essa Grishapedia (é por essas e outras que amo meu país internet) deve cobrir tudo o necessário sobre o Segundo Exército de Ravka.

Ainda bem que eu decidi sair o segundo pra poder comprar os dois juntos porque, depois daquele final, eu acho que não seria gente até ter Crooked Kingdom em mãos.

*Sinopse e quotes retirados da edição da Gutenberg

14 Comentários

  1. The cover looks very impressive! Thanks for sharing. :)

    Visit me at:
    Shoot for the stars

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  2. Quando você falou sobre o histórico das crianças cuja a história é contada em Six of Crows eu pensei: crianças de suburbio crescem mais rápido pq não tem tempo para serem crianças. Basta vim para a periferia que a gente encontra crianas assim que fazem coisas maduras demais para suas idades, a vida as molda. Dei aula por três anos em uma escola particular e dou aula hoje em uma escola publica, os alunos tem a mesma idade, a maturidade deles é TOTALMENTE diferente da dos meninos da particular que vivem uma vida protegida, vão para a escola de condução, voltam nela, não precisam bater um prego numa barra de sabão.

    Fiquei com vontade de ler sim, adorei a resenha "com certeza", você está cada dia melhor nessa arte de seduzir as pessoas para lerem os livros que você gostou de ler! Amo Demais!!!

    Jaci
    Uma Pandora e Sua Caixa

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  3. Amei tanto essa história, ela descreve uma realidade comum, amo os livros que você compartilha!

    www.kailagarcia.com

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  4. Oii Lu, amei a sua resenha, menina eu nunca li nada da autora e todo mundo comenta super bem dos livros dela, com certeza já fiquei com vontade de ler esse, a sinopse me chamou muito a atenção.
    - Beijos, Carol!
    http://entrehistoriasblog.blogspot.com.br/

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  5. Oi Lu,

    Acho linda essa edição, ela tem páginas pretas ou vermelhas?
    Desde que vi a edição num vídeo no youtube eu fiquei doida para ler, mesmo sem conhecer a autora, adorei ler sua resenha, está maravilhosa, me deixou mais curiosa ainda!!!

    Beijos Mila
    Daily of Books

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  6. Não conhecia o livro, mas também não faz muito o meu género, apesar de parecer ser interessante =)

    MRS. MARGOT

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  7. Oi Oi Lu!
    Eu adorei a resenha. Recentemente eu comprei o esse livro, porque eu queria saber como era a escrita da autora. Mas, eu não sabia que a história era tão boa assim. Estou muito ansiosa para começar a minha leitura, e espero gostar também.

    Beijoss, Enjoy Books

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  8. Oi Lu.
    Acho tão empolgante as suas resenhas sobre distopias. Eu não sou fã, não curto ler, mas você consegue me deixar mega curiosa pra conferir hahahahaha
    Beijokas
    www.docesletras.com.br

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  9. Oi Lu! Ás vezes um narrador é melhor na terceira pessoa mesmo, embora eu ache que seja mais difícil, mas tb depende da história. O enredo parece ótimo e acho sempre melhor comprar mais de um volume mesmo em séries, odeio a espera rsrsrs

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  10. Não conhecia esse livro e mesmo que não seja de um gênero que eu goste, achei bem interessante a premissa.

    Beijoss
    Próxima Primavera

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  11. Luiza, como eu ainda não conhecia esse livro? Parece incrível! Bem do jeito que curto.

    Beijo!
    Cores do Vício

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  12. Parece uma história incrível, mas não curto muito livros desse gênero, ainda assim sua resenha me deixou curiosa, você soube descrever muito bem a história e nos instigou a ler! Adorei!

    http://www.leitorasvorazes.com.br/

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  13. Oiê!
    Dessa autora só li a Trilogia Grisha e amei! Confesso que prefiro narração em terceira pessoa, mas essa autora escreve tão bem que adorei a trilogia.
    Six of Crows já li várias resenhas positivas sobre, porém ninguém ressaltou esses pontos tão específicos como a evolução da narração da autora, o que me interessou ainda mais! Não vejo a hora de ler também! *___*
    Bjs

    http://livrelendo.blogspot.com.br/

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  14. Oi Luiza!
    Ainda fico em dúvida em ler ou não os livros da autora.
    Tenho o primeiro da trilogia Grisha,mas acabei não lendo.Todo mundo diz que Six Of Crows é beeem melhor que a trilogia Grisha,o que me deixa ainda mais em dúvida.
    É bom ver quando os autores evoluem a cada história,isso mostra o quanto podemos melhorar sempre.É essa evolução da autora que me faz dar uma chance pra ela kkkkkkk
    Beijos!

    http://livreirocultural.blogspot.com.br/

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