Resenha #879: O Reino dos Deuses - N.K. Jemisin (Galera Record)

Título: O Reino dos Deuses
Título Original: Kingdom of Gods
Autor: N.K. Jemisin
Série: Inheritance #3
Páginas: 624
Ano: 2022
Editora: Galera Record
Sinopse: Tudo o que Sieh sempre conheceu está prestes a ruir! Em O reino dos deuses, terceiro e último volume da trilogia Legado, acompanhe o deus da infância (e da trapaça) enquanto ele se envolve em tramas que estão longe de ser problemas de criança. A incrível conclusão da série de estreia da aclamada N. K. Jemisin.
Sieh é o primeiro dos muitos filhos dos deuses. Mas sempre ocupou uma posição estranha na hierarquia divina: apesar de ser o mais velho, sua natureza é a infância, o que o faz conservar a aparência e o comportamento de uma criança ― uma combinação que o torna uma grande e perigosa contradição, até mesmo para si próprio.
Depois de dois mil anos almejando a liberdade, agora que enfim a conquistou, Sieh busca dar sentido à própria vida. Perdido, acaba indo revisitar o Céu, palácio da soberana família Arameri que serviu de cativeiro em seu período como escravizado. Lá, percebe que aquela família já não é mais tão soberana assim, e é então que encontra duas crianças que representam o futuro daqueles a quem mais odeia.
Shahar e Dekarta são os últimos dos Arameri, e rapidamente se afeiçoam a Sieh, também conhecido como o Trapaceiro, alguém um tanto perverso e rancoroso. Com o equilíbrio do mundo ameaçado e uma nova guerra prestes a eclodir, quais alianças serão mantidas? Quais serão desfeitas? Será o amor ou a vingança que irá prevalecer? E, o mais importante, qual será o preço a se pagar pela paz?

O Reino dos Deuses é o livro que fecha a trilogia Legado. Aqui vamos acompanhar o deus trapaceiro Sieh, um dos primeiros filhos dos deuses, e sua complicada e intensa relação com irmãos Shahar e Dekarta.

A narração feita por Sieh é um dos pontos altos da história. Ele é um deus antigo, mas por sempre se manter com a aparência de criança, isso acaba até influenciando em sua personalidade. Sieh por muitas vezes age com comportamento infantil e imaturo, mas isso se deve também ao fato de tudo que já viveu; a morte de Enefa, a traição de Itempas, o aprisionamento e abuso nas mãos dos Arameri...


Shahar e Dekarta são personagens importantes para Sieh e também para a história. Eu queria tivesse um pouco de desenvolvimento dos dois, mas na história há muitos saltos no tempo (tudo explicado devido a uma condição de Sieh), e acabamos vendo os irmãos em épocas distintas. Mas essa conexão inexplicável entre os três sempre está presente, o que causa até um certo triângulo amoroso diferente.

Esse volume tem um ritmo um pouco mais lento que os outros dois, mas com uma gama de personagens e de conexões. Jemisin foi genial no paralelo entre Sieh, Shahar e Dekarta e os outros grandes deuses. É como se, além de finalizar uma série, ela também finalizasse aquele ciclo. Também temos participações mais que essenciais, como Nahadoth, Yeine e Itempas.

O que mais gosto nos personagens da Jemisin são as várias camadas que cada um tem, a dualidade de suas ações. O universo criado aqui é simples e complexo ao mesmo tempo, com seus povos e políticas sempre bem explorados. A história aqui se passa 200 anos depois do final de Os Cem Mil Reinos, mas ainda assim vemos as consequências dos acontecimentos.

O Reino dos Deuses é o último da série, mas pela grandiosidade do universo da Jemisin, ela poderia escrever mais e mais livros de tão vasto que ele é. Ao final, temos um extra com a volta de uma personagem bastante especial.

Resenhas anteriores
Livro 1 - Os Cem Mil Reinos (The Hundred Thousand Kingdoms)
Livro 2 - Os Reinos Partidos (The Broken Kingdoms)

2 Comentários

  1. Oi!
    Só li Nós Somos a Cidade da autora (gostei bastante) e preciso conhecer as outras séries dela, o primeiro dessa série anda fazendo moradia na minha wishlist, mas uma hora vai!

    Beijão
    https://deiumjeito.blogspot.com/

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  2. Terminei recentemente de ler "A Trilogia da Terra Partida" da Jemisin e estou me sentido um tanto quanto órfã. Também gostei muito das camadas que cada personagem dela tem, das dualidades, da complexidade como a qual ela monta o mundo dela. Da para vê o quanto ela é culta, o quanto entender de História, Geografia e das Ciências Humanas como um todo. Lendo sobre o ultimo livro da trilogia fiquei com vontade de ler mais essa da Jemisin.

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