Resenha #762: Pachinko - Min Jin Lee (Intrínseca)

Título: Pachinko / Intrínsecos #25
Título Original: ---
Autor: Min Jin Lee
Série: ---
Páginas: 528
Ano: 2020
Editora: Intrínseca
Sinopse: Livro narra a saga de três gerações de imigrantes coreanos no Japão do século XX e foi recomendado por Barack Obama.
No início dos anos 1900, a adolescente Sunja, filha adorada de um pescador aleijado, apaixona-se perdidamente por um rico forasteiro na costa perto de sua casa, na Coreia. Esse homem promete o mundo a ela, mas, quando descobre que está grávida ― e que seu amado é casado ―, Sunja se recusa a ser comprada. Em vez disso, aceita o pedido de casamento de um homem gentil e doente, um pastor que está de passagem pelo vilarejo, rumo ao Japão. A decisão de abandonar o lar e rejeitar o poderoso pai de seu filho dá início a uma saga dramática que se desdobrará ao longo de gerações por quase cem anos.
Neste romance movido pelas batalhas enfrentadas por imigrantes, os salões de pachinko ― o jogo de caça-níqueis onipresente em todo o Japão ― são o ponto de convergência das preocupações centrais da história: identidade, pátria e pertencimento. Para a população coreana no Japão, discriminada e excluída — como Sunja e seus descendentes —, os salões são o principal meio de conseguir trabalho e tentar acumular algum dinheiro.
Uma grande história de amor, Pachinko é também um tributo aos sacrifícios, à ambição e à lealdade de milhares de estrangeiros desterrados. Das movimentadas ruas dos mercados aos corredores das mais prestigiadas universidades do Japão, passando pelos salões de aposta do submundo do crime, os personagens complexos e passionais deste livro sobrevivem e tentam prosperar, indiferentes ao grande arco da história.

Pachinko é aquele tipo de história que não adianta você falar, tem que ter a experiência da leitura para saber o quão maravilhoso é esse livro. Por isso eu sei que tudo que eu falar nessa resenha nem vai chegar perto do que senti durante a leitura.

Em pouco mais de 500 páginas, vamos acompanhar a família de Sunja, nascida coreana mas que acabou imigrando para o Japão depois de casada. A história um pouco depois da virada do século XX até meados dos anos 80.


Através de Sunja e seus descendentes a autora aborda a questão da discriminação e preconceito que os coreanos sofriam no Japão. Particularmente, eu sabia um total de zero coisas envolvendo a relação entre os dois povos, então de certa forma Min Jin Lee me deu uma baita aula. As duas Coreias hoje são grandes potências, mas há menos de 200 anos a situação no país, que era apenas Coreia, era escassa e complicada. No olhar da maioria dos japoneses, os coreanos eram um povo desonesto e inferior, sofrendo humilhações diárias principalmente as mulheres. 

Nossa protagonista é Sunja, uma mulher exemplo de garra, força, determinação, resiliência e todos os sinônimo possíveis. Sua história de vida é bem inspiradora porque logo quando chega ao Japão, ela se vê tendo que lutar e trabalhar para cuidar de seus filhos em um país super intolerante. Outra mulher de destaque é Kyunghee que, mesmo não tendo a mesma liberdade que Sunja, consegue ajudar a cunhada e é a cola da família.

Os personagens masculinos também tem seu destaque. Noa e Mozasu (filhos de Sunja) não poderiam ser mais diferentes, mas ainda assim carregam um pouco do pai Isak, que foi um homem bondoso e altruísta. Yoseb (cunhado de Sunja) se vê em uma situação que afeta muito seu ego, mas acabou me surpreendendo com suas atitudes e reações. Solomon (filho de Mozasu) que conseguiu ser a combinação do melhor entre seu pai e o tio que nunca conheceu.

Pachinko percorre um tempo de quase 80 anos e isso faz com que muitos personagens fiquem em destaque. Ainda assim a autora soube dar o espaço de cada um na hora certa e é bem fascinante ver a jornada de cada um deles. Por ser um drama familiar, não espere muitas reviravoltas mas a escrita da autora não é cansativa e sendo bastante imersiva, é impossível você querer largar a leitura.

2 Comentários

  1. Oi, Lu
    Eu acompanhei seus diários de leitura lá no instagram, e acho bem legal quando nós mergulhamos em uma história que traz tanta informação sobre culturas no passado. Infelizmente não é minha vibe de leitura, mas eu fico sempre anotando as dicas para o caso de um milagre acontecer e eu querer sair da minha zona de conforto.
    Beijo!
    https://capitulotreze.com.br/

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  2. Acho que vi você falando no tt que estava lendo esse livros aos poucos, alguns capítulos por dia... pelo visto foi uma leitura proveitosa. Sou muito apaixonada por narrativas imersivas, sem reviravoltas, mas que traçam bem um panorama histórico e colocam em evidência trajetórias familiares. "Pachinko" já estava no meu radar, agora entrou definitivamente na minha lista de futuras leituras. Amei a resenha, principalmente o desfecho, deu para vê sua ternura pela história, amo resenhas assim, onde o afeto da pessoa leitora pelo livro transparece.

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