Resenha #676: A Quinta Estação - N.K. Jemisin (Morro Branco)

Título: A Quinta Estação
Título Original: The Fifth Season
Autor: N.K. Jemisin
Série: The Broken Earth #1
Páginas: 560
Ano: 2017
Editora: Morro Branco
Sinopse: É assim que o mundo termina. Pela última vez.
Três coisas terríveis acontecem em um único dia: Essun volta para casa e descobre que seu marido assassinou brutalmente o próprio filho e sequestrou sua filha. Sanze, o poderoso império cujas inovações têm sido o fundamento da civilização por mais de mil anos, colapsa frente à destruição de sua maior cidade pelas mãos de um homem louco e vingativo. E, no coração do único continente, uma grande fenda vermelha foi aberta e expele cinzas capazes de escurecer o céu e apagar o sol por anos. Ou séculos. Mas esta é a Quietude, lugar há muito acostumado à catástrofe, onde os orogenes - aqueles que empunham o poder da terra como uma arma - são mais temidos do que a longa e fria noite. E onde não há compaixão.

A Quinta Estação é um livro que quanto mais eu lia a sinopse, menos entendia do que se tratava mas ainda assim queria muito conferir. Lendo sobre a trilogia, a autora ganhou três vezes consecutivas (no caso por cada livro lançado) o prêmio Hugo Awards, que é uma espécie de Oscar da literatura sci-fi/fantasia. Só pelo que li nesse primeiro livro acredito que esse prêmio foi mais que merecido.

Logo no prólogo, a autora te situa das situações que estão acontecendo, mas resumindo: o mundo está acabando. De novo. Ao longo desse primeiro livro, vamos acompanhar a jornada de três personagens: Damaya, Syenite e Essun. As duas primeiras são narradas em terceira pessoa. O diferencial da narração de Essun é o fato de ser uma narração em segunda pessoa, que eu nem sabia que existia e muito menos como funcionava, mas que aqui foi muito bem colocado.

A história se passa em um lugar chamado Quietude, que está prestes a viver uma quinta estação, uma espécie de evento natural catastrófico que pode perdurar por anos e anos. Nesse mundo, algumas pessoas são orogenes, pessoas que possuem o poder de controlar a terra, mas que não são muito bem visto pelos "quietos" (pessoas não-orogenes). Quando não são vítimas da população de sua comu, eles são mandados para o Fulcro a fim de serem controlados e aprenderem a controlar a orogenia e são comandados pelos Guardiões. 


O mundo criado por Jemisin é um dos mais criativos que já li nessa minha vida de leitora de fantasia (e olha que já li muita coisa). É completamente singular e original. Ao final do livro tem uma espécie de glossário, listando tudo o que é relacionado a esse universo. Particularmente, acho que ele deveria ter vindo no início, mas ao longo da narração você consegue captar o significado de cada coisa. Há um termo específico e pejorativo criado pela autora, chamado "rogga", que possui uma nota do tradutor da inspiração da sua criação e que faz muito sentido no modo como ele é empregado na história.

A escrita da Jemisin é muito direta e sem rodeios, mas bastante envolvente. Fora que, em cada capítulo, você consegue sentir um tom diferente para a personagem em foco. Damaya é uma criança que está aprendendo mais sobre seus poderes, Syenite é uma jovem que tem o desejo de se provar e Essun é uma mulher cansada da vida e que agora vive mais um sofrimento. Há alguns personagens secundários de bastante importância na história. Schaffa, guardião de Damaya, com quem ela tem uma relação bem contraditória. Alabaster, mentor de Syenite, responsável por fazer a moça se questionar.

A partir dos orogenes e seu tratamento, a autora trabalha bastante a questão do preconceito. O próprio termo "rogga" e sua familiriadade com outra palavra da língua inglesa já nos dá uma prévia de como os orogenes são tratados. Gostei muito que os protagonistas aqui são pessoas não-brancas. Os povos criados por Jemisin são de uma mistura bastante interessante. Um ponto a se destacar também é um relacionamento poliamoroso inserido na história.

A Quinta Estação não foi nada do que eu pensei que seria e acabou me deixando maravilhada com tudo apresentado. Nos últimos capítulos do livro, algumas coisas vão se encaixando e a última frase deixa um baita gancho para a continuação, O Portão do Obelisco.

3 Comentários

  1. Oi, Lu! Tudo bom?
    Esse é aquele tipo de livro que a cada página tu fica mais MEUDEUSDOCÉU! O worldbuild dessa mulher eu BABEI e me tornei devota, quero tudo que ela escreveu e vai escrever.
    Amei as personagens e o desenvolvimento e o plot twist KJNASUOSABGSOUA e o final!!!!!!!

    Beijos, Nizz.
    www.queriaestarlendo.com.br

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  2. Oi Lu! Glossário no final me lembra de O senhor dos anéis!! Parece de fato uma boa história!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante


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  3. Oi
    nem conhecia esse livro, mas que bom que a história te surpreende e que gostou da leitura, eu gosto de quando o autor é direto em suas histórias, então pelo que falou achei um ponto positivo.
    Achei essa capa bonita.

    http://momentocrivelli.blogspot.com/

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