Resenha #618: A Dança Da Água - Ta-Nehisi Coates (Intrínseca)

Título: A Dança da Água / Intrínsecos #22
Título Original: The Water Dancer
Autor: Ta-Nehisi Coates
Série: ---
Páginas: 400
Ano: 2020
Editora: Intrínseca
Sinopse: Primeiro romance de uma das principais vozes contemporâneas dos Estados Unidos traz enredo repleto de elementos fantásticos sobre os horrores da escravidão.
Por toda a América as plantações de tabaco floresceram e trouxeram riqueza aos senhores de terra durante o século XIX. Quando a bonança começa seu declínio, Howell Walker já vislumbra o próprio fim e sabe que precisará de um substituto para administrar os últimos dias de Lockless, sua propriedade no coração da Virgínia, Estados Unidos. Logo fica claro que seu único herdeiro, Maynard, não tem a menor aptidão para a missão. E mesmo o jovem Hiram, com sua resiliência e memória infalíveis, não poderia fazê-lo ― além de filho ilegítimo de Walker, ele é um escravo.
No entanto, quando os meios-irmãos se afogam nas águas do rio Goose, a vida de Hiram é poupada por um poder misterioso e até então oculto dentro dele, uma herança materna que se perdera junto com as lembranças da mãe, vendida e levada para nunca mais voltar. Desse breve encontro com a morte brota uma grande urgência: Hiram precisa escapar do lugar que foi seu lar e prisão desde o dia em que nasceu.
A dança da água narra toda a atrocidade infligida a homens, mulheres e crianças negros ao longo de gerações ― os grilhões da escravidão e o desmembramento cruel de inúmeras famílias ―, compondo um relato comovente e místico sobre destino e propósito, perda e separação.

A Dança da Água foi um dos livros que recebi esse ano pela caixa do Intrínsecos. Apesar de uma premissa bastante interessante e uma história muito bonita sobre força, garra e sobrevivência, infelizmente a minha experiência com a leitura não foi tão bom assim.

O livro é narrado por Hiram em primeira pessoa, mas dizer que ele é o protagonista seria como apagar todas as outras vozes negras que têm sua vez na história. O cenário é um EUA escravagista durante o declínio das plantações de tabaco, o verdadeiro simbólico da escravidão no país na época. O autor soube interligar a questão do desespero dos donos dessas terras e como esse sentimento afetava mais ainda a vida dos escravos.


Sobre os personagens secundários, eles foram essenciais para moldar a vida e o caráter de Hiram. São exemplos de pessoas fortes e guerreiras, decididas a ir contra esse tipo de vida que lhes infligiram e, acima de tudo, conquistar a devida liberdade que também é direito deles. Interessante que o autor em nenhum momento se refere aos negros como "escravos" ou os descreve fisicamente, mas ainda assim você sabe quem são eles durante a narrativa.

A Dança da Água tem um toque mágico, justamente com o elemento que está no título. Através da água, Hiram é capaz de acessar a Condução, uma espécie de poder que lhe é passado pelos seus ancestrais. Confesso que achei as descrições envolvendo a Condução um pouco confusas, principalmente no início que o autor parte do princípio que você sabe o que seria essa Condução.

Creio que o maior problema que tive com a história foi a escrita do autor. Há muito mais descrições e narrativas que diálogos na história e isso fez com que ela se prolongasse mais do que eu imaginava. A escrita do Ta-Nehisi é bastante poética e você consegue sentir sentimentos dela, mas ao mesmo tempo achei um pouco densa. No geral, A Dança da Água foi uma história interessante de se acompanhar, principalmente por ser fora da minha zona de conforto literária. 

4 Comentários

  1. Olá, Luiza.
    Eu vi sua luta para terminar esse livro lá no Instagram hehe. É uma pena porque a ideia toda é muito interessante. Eu já vi isso acontecer várias vezes, do autor ter a coisa na cabeça dele e esquece que a gente não sabe o que ele está pensando se não colocar de uma forma bem explicada na história hehe.

    Prefácio

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  2. Bons temas para os dias atuais, força e coragem! :)

    mundoalternativo

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  3. Oi Lu, pela premissa já dá pra notar que é bem denso mesmo, eu achei bem interessante apesar da questão da escrita do autor!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  4. Amei a resenha. Esse livro já está na minha meta de 2021, mas agora estou com medo por ser um leitura densa.
    beijos
    https://www.dearlytay.com.br/

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