Resenha #570: An Ember in the Ashes - Sabaa Tahir (Razorbil)

Título: An Ember in the Ashes (BR: Uma Chama Entre as Cinzas)
Título Original: ---
Autor: Sabaa Tahir
Série: An Ember in the Ashes #1
Páginas: 480 (BR: 434)
Ano: 2015 (BR: 2015)
Editora: Razorbill (BR: Verus)
Sinopse*: Laia é uma escrava. Elias é um soldado. Nenhum dos dois é livre.
No Império Marcial, a resposta para o desacato é a morte. Aqueles que não dão o próprio sangue pelo imperador arriscam perder as pessoas que amam e tudo que lhes é mais caro. É neste mundo brutal, inspirado na Roma Antiga, que Laia vive com seus avós e o irmão mais velho. Eles não desafiam o Império, pois já viram o que acontece com quem se atreve a isso. Mas, quando o irmão de Laia é preso acusado de traição, ela é forçada a tomar uma atitude. Em troca da ajuda de rebeldes que prometem resgatar seu irmão, ela vai arriscar a própria vida para agir como espiã dentro da academia militar do Império
Ali, Laia conhece Elias, o melhor soldado da academia — e, secretamente, o mais relutante. O que Elias mais quer é se libertar da tirania que vem sendo treinado para aplicar. Logo ele e Laia percebem que a vida de ambos está interligada — e que suas escolhas podem mudar o destino do próprio Império.


— O medo só será seu inimigo se você deixar.*

Uma Chama Entre as Cinzas era aquela fantasia que sempre esteve na listinha, mas nunca peguei. O fato é que eu estava esperando finalizar a série para poder ler tudo de uma vez. Com o lançamento internacional do último livro previsto para dezembro e a Verus ressuscitando a pobre coitada da série aqui no Brasil com o lançamento do terceiro, finalmente me arrisquei na história e realmente ela vale todo o hype.

Laia e Elias são de mundos completamente diferentes. Se não fosse a prisão do irmão da moça eles provavelmente nunca se conheceriam. Laia se martiriza e se culpa pela prisão do irmão, Elias não quer mais ser uma arma nas mãos do Império. Ambos possuem uma carga emocional bem profunda e é bem visível nas narrações, que é alternada entre os dois em primeira pessoa. 


Entre os dois protagonistas, Laia é quem tem um grande crescimento durante o livro. A jovem começa a história insegura, amedrontada e um pouco influenciável. Achei legal que Laia é bem diferente das protagonistas que costumamos encontrar em fantasia; ela não é versada em armas ou combate corporal, não nasceu uma revolucionária e/ou rebelde... Diante às provações que passa como escrava, ela encontra uma coragem e perseverança dentro de si que não sabia que existia e essa transformação vai acontecendo gradualmente durante o livro e com um único foco: salvar a vida da última família que lhe resta.

[...] existem dois tipos de culpa, garota: o tipo que te afoga até você se tornar um inútil, e o tipo que inspira sua alma para um propósito.*

Elias é um tanto clichê de alguns mocinhos, mas nem por isso deixa de ser interessante. Em seus modos e pensamentos, vemos que ele não nasceu para ser um assassino, mesmo que queiram transformá-lo em um. O soldado questiona o Império e não esconde sua aversão ao modo como o povo é tratado. Ao mesmo tempo, ele sabe que tem que seguir as ordens para que outras pessoas não sofram as consequências em seu lugar. Quando o seu verdadeiro caminho é revelado, ele pondera mas acaba seguindo o que é dito, na esperança de conquistar a sua tão sonhada liberdade.

[...] Prefiro morrer a viver sem compaixão, sem honra, sem alma.*

Os personagens secundários são bem construídos. A que se destaca entre eles é Helene Aquilla, amiga e companheira de armas de Silas. De início, ela parece ser apenas mais uma soldado de obediência cega ao Império, mas quando junto de Elias, vemos que não é bem assim. Pelo que já vi, ela vai ganhar mais destaque nos próximos livros e estou bem atenta. Já a Comandante é aquela antagonista cruel e vil que amamos odiar, visto que ela é uma personagem sádica de natureza.

Sabaa Tahir constroi todo um universo bastante sólido. Sua estrutura social é inspirada no Império Romano, mas a autora também acrescenta elementos da cultura árabe. A ambientação é desenvolvida ao longo do livro, sem que o leitor se sinta bombardeado de informações. Por ser o primeiro livro da série, a autora deixa algumas pontas e perguntas que espero serem respondidas nos próximos livros.

Toda a beleza das estrelas não significa nada quando a vida aqui na terra é tão feia*

Andando lado a lado com a história, também temos um romance bem construído. Apesar dele estar mais para uma forma poligonal além de um triângulo, Sabaa soube envolver o leitor nas dúvidas e nos sentimentos que existem entre os envolvidos. São situações e nuances que mais que justificam as incertezas. Creio que desde Peças Infernais não vejo algo do tipo tão bem desenvolvido e envolvente.

A escrita da autora faz com que a leitura tenha um bom ritmo, apesar da forte carga que os personagens passam. Inclusive foi algo que percebi em comum em algumas resenhas, o fato desse livro ter uma carga dramática a mais do que o costume de fantasias; pra mim, isso é um detalhe que o faz se destacar. Sabaa também não suaviza ou romantiza cenas mais fortes. Apesar de poucas, temos algumas cenas de lutas e violência em que a autora é bastante direta e precisa, principalmente como Elias e Laia são afetados.

O livro tem um ritmo constante durante a história, mas na reta final ele se acelera. Com cenas de tirar o fôlego e um final de deixar o coração ansioso, Uma Chama Entre as Cinzas deixa um bom gancho para Uma Tocha na Escuridão.

[...] enquanto há vida há esperança*


* Sinopse e quotes retirados da edição da Verus Editora 

6 Comentários

  1. Amei a resenha. Estou doida para acompanhar uma série de fantasia, mas fico com pé atrás. Vou colocar essa na minha listinha
    beijos
    https://www.dearlytay.com.br/

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  2. Oi, Lu! Tudo bom?
    Eu li esse livro faz tantos anos que pra ler o resto vou precisar voltar pra ele. Só lembro que eu vivia e respirava pela Helene KAJSNFSAIBGAOGA a Laia também maior mozão do mundoooo.

    Beijos, Nizz.
    www.queriaestarlendo.com.br

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  3. Tô adorando visitar e ler seus conteúdos, são sempre os melhores!


    Meu Blog: Elisa Queiroz

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  4. Oi, Lu

    Forma poligonal foi ótimo! hahahahaha
    Bom considerando meu histórico com o gênero, até que estou curtindo bastante. O que me lascou mesmo foi o lance da varanda, que fez eu parar e agora tô lerdando um pouco para voltar pro ritmo.

    Beijos
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

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  5. Ahhh eu amo uma panfletagem dando certo.
    Eu confesso que amei tudo, mesmo com os elementos cliches. Eu acho a construção dos personagens brilhantes, mas sou muito suspeito porque li já faz tempo pra caramba. Espero continuar amando nessa releitura, vamo ve no que da.
    Helene e Laia são as duas personagens mais fortes que eu ja li. Eu amo, mas elas sofrem viu. O pão que o diabo amassou.
    Eu prefiro o 2, o ritmo e melhor e tem mais da parte magica e do mundo em si. E ela vai fugir um pouco ao acasso.

    Abraços
    Emerson
    http://territoriogeeknerd.blogspot.com/

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  6. Oi Lu, o Emerson vive panfletando sobre esse livro rsrsrs e de fato me parece uma ótima fantasia! Fico feliz que tenha curtido também!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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