Resenha #844: Na Hora da Virada - Angie Thomas (Galera Record)

Título: Na Hora da Virada
Título Original: On The Come Up
Autor: Angie Thomas
Série: ---
Páginas: 378
Ano: 2019
Editora: Galera Record
Sinopse: O aguardado segundo romance de Angie Thomas, autora do premiado best-seller O Ódio Que Você Semeia.
Bri é uma jovem de dezesseis anos que sonha se tornar uma das maiores rappers de todos os tempos. Ou, pelo menos, ganhar sua primeira batalha. Filha de uma lenda do hip-hop underground que teve o sucesso interrompido pela morte prematura, Bri carrega o peso dessa herança.
Mas é difícil ter a segurança de estrear quando se é hostilizada na escola e, desde que sua mãe perdeu o emprego, os armários e a geladeira estão vazios. Então, Bri transforma toda sua ira em uma primeira canção que viraliza... pelos piores motivos! No centro de uma controvérsia, a menina é reportada pela mídia como uma grande ameaça à sociedade.
Mas com uma ordem de despejo ameaçando sua família, ela não tem outra escolha a não ser assumir os rótulos que a opinião pública lhe impôs. Na Hora da Virada dá aos leitores de Angie Thomas outra protagonista pela qual torcer. É uma história sobre lutar por seus sonhos e também sobre a dificuldade de ser quem você é, não quem as pessoas querem que você seja.

Foi preciso uma adaptação para que eu tomasse vergonha nessa carinha linda aqui e lesse Na Hora da Virada. Eu só sei dizer que BRIANNA JOHNSON VOCÊ SEMPRE SERÁ FAMOSA!

Bri tem dezesseis anos e quer ser uma rapper de sucesso. Filha de um rapper, ela carrega essa herança e comparação sempre, mas isso é o de menos quando sofre preconceito na escola, sua mãe está se desdobrando para colocar comida na mesa... e com isso, a jovem coloca toda sua raiva pra fora e sua música acaba popularizando de forma errada.


Angie Thomas sem dúvida é uma das minhas autoras YA favoritas dos últimos tempos. O modo como ela conta suas histórias conseguindo equilibrar os assuntos como racismo, preconceito, violência na escola com a leveza da amizade e o primeiro amor em uma escrita fluída e envolvente é coisa de outro mundo. Apenas a maior de todas!

Bri é uma jovem que quer mudar, ela está disposta a mudar, e tem um sonho que é ser rapper. Mas sendo uma mulher negra, que desde pequena é esperado que se comporte de certa maneira, mudar esse esteriótipo é complicado e difícil quando tudo ao seu redor não colabora. Por isso eu entendo sua raiva e dor, entendo sua frustração, impulsividade, e rebeldia. Esse é o seu modo de externalizar seus sentimentos e tirar um pouco da pressão de suas costas. E ainda assim, a sociedade ainda consegue distorcer suas palavras e atitudes, a transformando naquilo que eles desejam que ela seja: uma mulher negra raivosa.

Sobre os personagens secundários, todos possuem sua importância no desenvolvimento de Bri. Destaque para Jay, sua mãe, uma mulher ex-usuária de drogas que é um exemplo de força, garra e superação. Adorei suas interações com Malik e Sunny, me diverti demais com a amizade dos três. Eu só queria um pouco mais dela com Curtis, mas suas interações também são bem cuti-cuti.

O rap é parte importante da história, já que o pai de Bri era rapper e ela quer ser uma. Eu acompanhei a história pelo audiobook e nos momentos das batalhas e suas composições, ouvir suas palavras cantadas é uma outra experiência. Outro ponto bacana é que a história é cheia de referência da cultura pop estrelada por pretos/negros.

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