Resenha #798: O Portão do Obelisco - N.K. Jemisin (Morro Branco)

Título: O Portão do Obelisco
Título Original: The Obelisk Gate
Autor: N.K. Jemisin
Série: The Broken Earth #2
Páginas: 528
Ano: 2018
Editora: Morro Branco
Sinopse: O fim se torna mais escuro enquanto a civilização desvanece na noite longa e fria.
Alabaster Tenring – louco, destruidor, salvador – voltou com uma missão: treinar sua sucessora, Essun, e com isso selar o destino da Quietude para sempre. A história continua com uma filha perdida – encontrada pelo inimigo – cujas escolhas poderão partir o mundo. Continua com os obeliscos e mistérios antigos que finalmente convergem em respostas. A Quietude é a muralha que se impõe contra os fluxos da tradição, a centelha de esperança há muito enterrada sobre a crescente camada de cinzas.
E ela não será quebrada.

Alerta de conteúdo/gatilho: abuso (incluindo infantil), sangue/gore, violência, infanticídio

A Quinta Estação entrou no top 3 de melhores leituras do ano passado. Com um final de cair o queixo, demorei um pouco a continuar a série, mas O Portão do Obelisco não decepcionou.

Enquanto Essun ainda está à procura de sua filha Nassun, a jovem junto do pai estão a caminho de uma comunidade que possui uma fama peculiar. Enquanto isso a Quinta Estação vai se estendendo pela Quietude, ameaçando a vida de todos.


Tal qual o primeiro livro, temos três focos de capítulos - Essun, Nassun, Schaffa - mas com pouca diferença entre o espaço de tempo. Amo como a Jemisin consegue ser bem direta e clara, ao mesmo tempo passar uma gama de sentimentos de seus personagens. Mesmo sendo em terceira pessoa, exceto por Essun que continua em segunda, você consegue entender e ver o que se passa na mente de cada um.

Devo dizer que Essun é um exemplo de mulher guerreira. A coitada já sofreu muito na vida, principalmente perdas de pessoas queridas, e aqui lhe é imposto uma missão que literalmente vai definir o destino de toda Quietude. Ela é tipo de personagem que erra, às vezes é egoísta e impulsiva, mas suas atitudes são super condizentes por tudo que ela já passou e perdeu na vida.

Já Nassun é uma criança que vai aprender muito cedo a se adaptar para sobreviver. Nassun herdou muita coisa de Essun, principalmente a coragem e resiliência. Vemos como as lições para controlar orogenia com sua mãe moldaram os sentimentos em relação a Essun, assim como a atitude do pai ao descobri sua orogenia também é um ponto de mudança na sua relação. Os capítulos focados em Schaffa não são muitos, mas o suficiente para entender um pouco como funciona os Guardiões. Inclusive há uma certa informação envolvendo eles e orogenes que eu achei incrível.

Falando em incrível, Jemisin nos dá respostas e explicações que só mostram o quanto seu universo é bem embasado e construído. Essas respostas chegam nos momentos certos e sem deixar o leitor atordoado. Sabemos mais sobre como o mundo acabou, sobre os obeliscos, orogenia e, principalmente, sobre a importância de Essun nessa confusão toda.

Sobre os personagens secundários, super destaco Ykka, líder da comuna que Essun mora atualmente. Ela é uma líder nata, sensata e bastante empenhada em fazer com que orogenes e quietos convivam em harmonia. Alabaster tem uma grande participação e vemos como sua relação com Essun é bem conturbada devido a tudo que já passaram, sejam juntos ou separados. Ele é um dos personagens mais complexos da história e também uma grande fonte de informação.

O Portão do Obelisco é um ótimo livro de transição. Apesar do primeiro ainda ser meu favorito até agora, Jemisin continua conduzindo a história de forma magistral. A reta final é angustiante e, assim como no primeiro livro, cheia de mais reviravoltas. De fato houve um certo acontecimento que me deixou gritando de surto e criando altas teorias. Não é à toa que a mulher ganhou um Hugo Awards por cada livro dessa trilogia; foi muito merecido e é uma fantasia que merece muito mais reconhecimento.

Resenhas anteriores
Livro 1 - A Quinta Estação (The Fifth Season)

2 Comentários

  1. Oi, Lu! Tudo bom?
    EU PRECISO VOLTAR PRA ESSA SÉRIE, mas não lembro de quase nada dos infinitos detalhes de A Quinta Estação e sinto que vou precisar reler. Saudades dessa história e dessas personagens maravilhosas!

    Beijos, Nizz.
    www.queriaestarlendo.com.br

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  2. Olá, Luiza.
    Eu eu ainda não li nada da autora. Vergonha. Preciso ler aquele livro de contos que veio no Clube Intrínseco e assim já conheço a escrita dela e parto para os outros livros porque com certeza vou gostar hehe. Já gosto só de ver você e a Denise falando hehe.

    Prefácio

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