Filme #24: Death Note

Título Original: Death Note
Sinopse: Adaptada do mangá de Takeshi Obata, a história gira em torno do jovem Light Turner (Nat Wolff), estudante brilhante que não sabe o que fazer com seu futuro até o dia em que encontra o Death Note. Ele descobre que pode adicionar nomes ao caderno, causando a morte de tais pessoas, e logo decide se livrar de vários criminosos. Seus atos, no entanto, despertam a atenção da polícia e Light começa a ser seguido por um perigoso homem.
Elenco: Nat Wolff, Willem DaFoe, Margaret Qualley, Lakeith Stanfield, Paul Nakachi, Shea Whighan, entre outros
Duração: 101min
Roteiro: Jeremy Slater
Produção: Roy Lee, Dan Lin, Masi Oka
Direção: Adam Wingard

Netflix, miga… você já foi melhor em adaptações.

Netflix, me ajuda a te ajudar. Com essa adaptação não dá pra te defender...

Terminei de assistir Death Note com o mesmo sentimento que A Torre Negra: se não formos comparar com o original, o filme até que é bom. Mas eu, como fã do anime, me senti bastante ofendida.

Um ponto positivo do filme é a trilha sonora maravilhosa (apesar de ficar perdida em certos momentos). Parabéns a quem escolheu as músicas. As cenas das mortes também não deixam a desejar. São bem explícitas, com aquela vibe do filme Premonição. Aos mais sensíveis, fica o aviso.

Outro ponto legal também foi a caracterização do shinigami Ryuk. Ficou muito parecido com o desenho do anime e é realmente de dar medo. Fora que foi o único personagem que não foi totalmente descaracterizado. Willem DaFoe foi quem dublou o shinigami e, se formos parar pra analisar, ele é a cara do bichão.

Se eu olho um bichão desses na rua, só penso uma coisa: o capeta veio me buscar

Um ponto que poderia ser positivo para uns e para outros não é a questão da história em si. Eu gostei muito do anime, mas o anime tinha muitas histórias paralelas. Uma delas é um fillerzão bem descarado que quase me fez desisti, mas segui firme e forte. A história mostrada no filme é uma trama direta e prática, sem muita enrolação. OK que tiveram 9862947247238953894 alterações, mas pra quem não sabe nada de Death Note - a não ser que se você escrever um nome nele, o proprietário morre -, com certeza vai gostar do que vai ser apresentado.

Agora, o que mais me revoltou foi justamente os personagens principais. Nat mozão Wolff, por alguns momentos, demonstrou toda a psicopatia do personagem Light/Kira, mas em certos momentos ele passava longe da essência principal do personagem, principalmente no quesito inteligência e frieza. Apesar dos pesares, a sua atuação não deixou a desejar.

Algumas pessoas reclamaram do nome do personagem. No anime, o nome real de Kira é Raito que, em inglês, é Light (super irônico, btw). Eu não achei muito relevante essa troca. Nas legendas da Netflix o nome do cara já estava Light mesmo, então...

L, interpretado por Lakeith Stanfield, também foi outro que passou longe da sua inspiração. De L mesmo só tinha o modo de sentar e de falar no telefone. É impossível não ficar comparando filme e anime, mas tipo.. O legal do personagem é justamente seu modo de agir um tanto inconvencional, sua reclusão social e, principalmente, todo o mistério ao redor do personagem. Resumindo, todas as atitudes do L no filme são totalmente contrárias das que o L realmente faria.

Na época que foi anunciado o ator que faria L, houve todo um burburinho sobre ele ser negro e tals... Esse foi um detalhe que nem me incomodei porque, já que eles iriam americanizar o filme, que fosse um elenco diverso.

Já Mia (no anime, seu nome é Misa) é uma personagem que me deixa em cima do muro. Gostei porque no filme ela não é submissa e nem se deixa manipular por Light, mas algumas atitudes dela me fazem pensar se ela realmente é dispensável ou não na história. Eles transformaram a personagem de psicopata apaixonada para uma adolescente rebelde sem causa.

Depois de duas adaptações decepcionantes seguidas, só me resta orar para que a Netflix não bagunce tudo em Cavaleiros do Zodíaco. Porque se for pra não ter Shiryu do cabelão e ficando cego toda hora, eu nem quero.

Trazendo para o mundo real: Light é a Netflix e o shinigami são os fãs de Death Note

Considerações finais:
- E o prêmio de melhor chilique vai para... Nat Wolff. Se tem uma coisa que o mozão sabe fazer é um chilique bem feito. (Próximo vídeo pode conter spoiler)

- Vi no twitter que os criadores do mangá gostaram da adaptação. Eu só tenho a dizer para eles...

- Se eu tivesse um Death Note...